Baruch de Espinosa (1632-1677), filósofo holandês é considerado revolucionário ao questionar a tradição judaico-cristã de acreditar na existência de um ser superior. Enquanto na tradição judaico-cristã a liberdade é a fonte de nosso mal e de nossa culpa, Espinosa diz que ela não nos tira a necessidade de agir.
Para Espinosa, somos seres naturalmente passionais. Para ele, as paixões não são boas nem más, são naturais. Três são as paixões originais: alegria, tristeza e desejo. As demais derivam destas.
Assim da alegria nascem o amor, a devoção, a esperança, a segurança, o contentamento, a misericórdia, a glória; da tristeza surge o ódio, a inveja, o orgulho, o arrependimento, a modéstia, o medo, o desespero, o pudor; do desejo provém a gratidão, a cólera, a crueldade, a ambição, o temor, a ousadia, a luxúria, a avareza.
Que é o vício então? Submeter-se às paixões, deixando-se governar pelas causas externas.
Que é a virtude? Causa interna de nossos sentimentos, atos e pensamentos. Ou seja, passar da passividade à atividade. A virtude é, pois, passar da paixão à ação, tornar pensamentos em atos.
O vício não é um mal, é fraqueza para existir, agir e pensar. A virtude não é um bem, é força para ser autonomo e íntegro. A guerra interna de valores é sempre pautada na variação entre a capacidade de ter mais ou menos virtudes em primeiro plano que vícios. Essa combinação acaba gerando os sintomas de personalidade e traços comportamentais bastante latentes, aqueles que dão identidade para uma pessoa: chata, feliz, animada, ingênua e assim por diante. Cabe a cada um saber como dosar a si mesmo, não para manipular a forma como os outros nos enxergam, mas para atingirmos a segurança, a auto suficiência e o amor.
Espinosa vai nos ajudar…
outubro 9, 2007 por ieu
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